8 de abril de 2011

MEC: sempre vai existir gap entre formação universitária e mercado de trabalho

Na área de TI, uma das formas de reverter esse cenário é trazer questões práticas para a sala de aula, aponta coordenador do Ministério


A reclamação de que nem sempre os cursos de graduação na área de tecnologia atendem às demandas do mercardo de trabalho tem fundamento, na visão de Marcelo Machado Feres, coordenador-geral de Regulação da Educação Profissional do Ministério da Educação e Cultura (MEC). Contudo, isso não representa, necessariamente, uma falha das instituições de ensino superior e, sim, demonstra uma dificuldade dos próprios alunos, na visão de Feres.

“Não dá para generalizar e dizer que os currículos [das instituições de ensino superior em tecnologia] estão desatualizados. O gap – entre a educação e a prática – sempre vai existir. Pois a ideia dos cursos é oferecer os fundamentos aos estudantes. Mas são eles que têm de buscar o próprio conhecimento e desenvolver outras habilidades”, aponta Feres, que complementa: “O aprendizado mais acelerado acontece fora da sala de aula.”

Ele analisa que, no caso específico do setor de tecnologia, a grande dificuldade enfrentada pelas pessoas que cursam uma instituição de ensino superior no Brasil não está relacionada a questões técnicas, mas, sim, a atributos comportamentais, como capacidade de comunicação e liderança. “Essas habilidades são essenciais para adaptar-se ao mercado de trabalho”, considera o coordenador do MEC.

Feres afirma que, muitas vezes, as reclamações dos estudantes de ensino superior em relação à falta de capacitação para o mercado de trabalho reflete também uma insegurança dos alunos em lidar com questões práticas, que nem sempre estão incluídas na grade curricular obrigatória. Nesse sentido, ele enfatiza que o MEC estimula as instituições a oferecer conteúdos práticos, por meio de extensões. “Isso pode ser um facilitador para dar mais segurança ao aluno e minimizar esse gap [em relação às demandas das empresas reais]”, pontua o coordenador.

O especialista, que hoje ministra aulas em uma faculdade de tecnologia, considera que a melhor maneira de promover essa vivência prática é trazer problemas reais para serem discutidos dentro de sala de aula, simulando exatamente todas as condições de uma empresa. Outra forma de estimular situações práticas é incentivar essa abordagem nos trabalhos de conclusão de curso.
Fonte:Olhar Digital

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